sábado, 4 de dezembro de 2010

Dois textos de 2009

Infância




A falsa crença na eternidade inutiliza relógios
mera decoração em pulsos infantis.
No impulso de crescer, ora, crescem
-as crianças-
e guardam em caixas tristonhas sua eternidade alegre
viram a ampulheta, até então estática
então, céticos, cegos, senis,
contam o tempo batendo pernas de ansiedade
e medo da ampulheta parar novamente.


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Lembrança





Em uma tarde vazia, eu fazia planos de que já me esqueci, e me veio aquele cheiro (talvez perfume), por nem um segundo ficou e o tempo já parou. Franzi a testa, mordi os lábios, olhei pra cima tentando lembrar, mas não lembrei.
Nãããão! O tempo volta a passar e o cheiro simplesmente se vai sem me fazer recordar do que ou de quem era. Sorrio mesmo assim. Não sem antes dar um longo e quase doloroso suspiro.