sábado, 28 de agosto de 2010




A Realidade

Por que os jogos de computador e video-game procuram ser cada vez mais fiéis à realidade se já temos a própria realidade? Nunca um jogo vai ter tantas cores como a realidade, nunca terá tantas possibilidades de movimento e ações, nunca terá tanta interatividade com o cenário, tantos objetivos a serem cumpridos e pessoas com as quais interagir. Por que faço movimentos inverídicos e descordenados com um controle de nintendo wii se podia estar jogando tênis?

Não quero estar um dia, em minha casa, jogando futebol, com 21 pessoas diferentes, cada uma em sua respectiva casa. Eu me perguntaria, então: "Por que não estamos todos juntos em um campo de futebol?". Ao olhar para minha barriga sedentária entenderia o porquê (por quê?).

E a cervejinha de depois do jogo seria solitária.

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Toda vez que vejo Pulp Fiction ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Pulp_fiction ) faço a mim mesmo a pergunta da personagem da Uma Thurman: "Why do we feel it's necessary to yak about bullshit in order to be comfortable?". Numa tradução livre e meia boca: "Por que sentimos necessidade de tagarelar sobre qualquer coisa para se sentir confortáveis?".

E sempre percebo que isso é um ótimo assunto para situações onde você está com alguém que conhece pouco e, de repente, aparece aquele silêncio constrangedor. Só não entendo por que o adjetivo constrangedor pode ser usado para algo tão comum e agradável como o silêncio.

Estatísticas da minha cabeça dizem que 99% dos "tudo bem?" significam "olá, não quero parecer antipático", sem intenção alguma de saber se a pessoa está mesmo passando por um período agradável. 50% dos "tudo bem?" são respondidos com outro "tudo bem?", que não é respondido. Os outros 50, com "tuuudo", mesmo que esteja tudo mal. Outras estatísticas dizem que 90% das conversas sobre o clima e sobre o dia visam unicamente quebrar o silêncio.

Então me pergunto se não seria mais fácil somente tirar o "constrangedor" do silêncio ao invés de quebrá-lo como um todo. E só então quebrá-lo, com um assunto que também não o constranja, talvez com um sincero "tudo bem?", daqueles que se responde chorando "não, minha filha de 11 anos de reestart e usa roupa colorida" ou "meu time ganhou e fui promovido, vamos tomar um mate pra comemorar, tchê?".

E ai meus milhões de leitores... Tudo bem?

5 comentários:

Anônimo disse...

Sem preconceito, mas nunca desconfiei que esse boleiro nato soubesse jogar com as palavras também.

Anônimo disse...

É...não tá fácil.

Thiago Funk disse...

concordo, minha qualidade vem decaindo com o tempo.

Anônimo disse...

TUDO BEM UMA OVA!

Unknown disse...

A pior das conversas de quem não tem o que falar é; esse ano passou rápido, meu deus, muito rápido, vo-ou.
(e o ano que vem, de novo, cada vez mais acelerado)